sábado, 28 de setembro de 2013
Leituras de Agosto II
Segundo livro que pude ler em Agosto foi Sobre a Religião, de Friedrich Schleiermacher. O autor é conhecido nas discussões de hermenêutica tanto por ter formulado as bases da Hermenêutica geral, quando ele busca uma síntese geral para a interpretação, saindo das interpretações particulares; como também é conhecido, ainda no campo hermenêutico pela formulação do princípio que ficou conhecido como Círculo Hermenêutico, largamente trabalhado na tradição contemporânea, e que se caracteriza pela interpretação da gramática e da psicologia, dando o argumento de compreender o autor melhor do que ele poderia se compreender.
O livro trata de uma série de discursos, artigos, de Schleiermacher sobre a questão religiosa em seu contexto e o que chama atenção como fio condutor é a crítica sobre a recepção muito fraca das elites intelectuais a respeito do problema religioso. Desde o Iluminismo e a Rev. Francesa a realidade da experiência religiosa perde em termos de consideração, mas ela continua como problema humano a ser pensado e, enquanto essa realidade, o autor continua a pensar.
Um aspecto importante em minha leitura é a perspectiva intimista da religião para Schleiermacher.
Vale a pena considerar que o texto é anterior a O Sagrado, de Rudolf Otto.
Um leitura árida, mas bela.
Daniel Lins.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
LIVROS DE AGOSTO (1) - PAPILLON
PAPILLON
Poucas vezes eu senti a falta de fôlego durante a leitura de um livro e isso me aconteceu no mês passado quando concluí a leitura de Papillon, de Henri Charrièrre. A história é conhecida. o livro teve muitas edições e, recentemente, vi uma nova na Saraiva.
Trata-se de um condenado à prisão perpétua que decide fugir e viver. Esses dois verbos são as duas forças de Papi, como é chamado pelos amigos. Papillon, borboleta em francês, não aceita a prisão e é alimentado pelo sonho da fuga para se vingar daqueles que o puseram na situação extrema que o colocam.
As tentativas de fuga de Papi são muitas e sempre pego. O desespero dele na solitária, imerso no silêncio, a dor da prisão, a violência da convivência, as dificuldades na alimentação e nas relações com soldados e presos... aos poucos o climas vai se tornando o clima do próprio leitor. A descrição é tão próxima que nos sentimos dentro do livro e, de repente o silêncio da prisão é penetrante quando lemos, ou sentimos os raios de sol quando ele pesca ou trabalha, sentimos o sal da água do mar quando ele tenta fugir e até torcemos em cada pequeno passo dado em direção à liberdade.
A fuga de Papillon também é a fuga de si. A viagem e as dificuldades que ele passa concretamente são sentidas em sua personalidade. Ao fim, próximo de sair da última prisão na Venezuela e viver livre ele, que nunca foi religioso mas agradecia muito a Deus, tem um sonho pedindo pela não vingança. Mais uma vez ele sofre, luta com isso, mas aceita não se vingar e daí, a libertação tornou-se completa. Livre das correntes externas e internas ele escolhe viver.
Última palavra: fiquei impressionado quando ele escreveu mais de uma vez, se não me engano, que sua religião era viver.
Na imagem a edição que li. Editora Círculo do Livro, 494p.
Daniel Lins
Início
Começar, às vezes, é fácil. Outras tantas vezes exige muito. Recomeçar, nem sempre é tão simples. A maior dificuldade no início é, justamente, por onde ir, que palavras escolher, quais as estratégias, que caminhos percorrerei e quais outros não.
Caminho, diz o poeta, não há caminho, mas o caminho se faz ao se caminhar. Não sei ao cero por onde os meus pés irão, mas sei ao certo quem trago comigo.
Não posso, de forma alguma, começar qualquer coisa sem mencionar minhas grandes parceiras de viagem: minha esposa Laila e minha filha Maria Eduarda. Não sei por onde vamos, mas sei que vamos juntos.
Nesse caminho muita gente vai conosco. Alguns estão sempre ao nosso lado, outros vão se somando na viagem e outros, ainda, vem e vão durante o trajeto. A vida é assim, como uma viagem. A forma que adotaremos no blog também será, como viagem, como viajantes.
Ocorre que em cada paisagem, diante de cada novidade, cada fato, lugar, pessoa, texto... enfim, diante de cada acontecimento que poderemos trata aqui estaremos como peregrinos e não como turistas apressados.
Os peregrinos contemplam, observam, aprendem. Os turistas apressados, fotografam e não enxergam.
Peregrinos nas estradas, lá vamos nós.
Prof. Daniel
Caminho, diz o poeta, não há caminho, mas o caminho se faz ao se caminhar. Não sei ao cero por onde os meus pés irão, mas sei ao certo quem trago comigo.
Não posso, de forma alguma, começar qualquer coisa sem mencionar minhas grandes parceiras de viagem: minha esposa Laila e minha filha Maria Eduarda. Não sei por onde vamos, mas sei que vamos juntos.
Nesse caminho muita gente vai conosco. Alguns estão sempre ao nosso lado, outros vão se somando na viagem e outros, ainda, vem e vão durante o trajeto. A vida é assim, como uma viagem. A forma que adotaremos no blog também será, como viagem, como viajantes.
Ocorre que em cada paisagem, diante de cada novidade, cada fato, lugar, pessoa, texto... enfim, diante de cada acontecimento que poderemos trata aqui estaremos como peregrinos e não como turistas apressados.
Os peregrinos contemplam, observam, aprendem. Os turistas apressados, fotografam e não enxergam.
Peregrinos nas estradas, lá vamos nós.
Prof. Daniel
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