
Michael Sandel já se tornou conhecido no meio intelectual brasileiro por outras duas obras na área de Direito e Ética. O Primeiro livro a chegar ao Brasil foi JUSTIÇA - o que é fazer a coisa certa. O Segundo, O QUE O DINHEIRO NÃO PODE COMPRAR, e agora, finalmente, CONTRA A PERFEIÇÃO. Os três livros saíram pela Civilização Brasileira e trata de uma reflexão atual sobre os problemas que a nova situação da Engenharia Genética traz numa sociedade individualista e motivada pela eficácia como a atual. O resultado é uma nova eugenia, novas formas de melhoramento do corpo, dos resultados dos esforços, pela via da engenharia genética. As questões morais são muitas, mas chama a atenção o seguinte: que sociedade estaríamos construindo quando alguns podem melhorar seus resultados, uma vez que dispõem de meios financeiros para isso, e outros não?
Conclusão básica: a eugenia amplia a diferença das desigualdades sociais em muitos sentidos e torna os que já são poderosos financeiramente mais poderosos. O novo poder se dá na escolha de características para os filhos, na obtenção de resultados nos esportes (mais músculos, mais saúde, mais velocidade, mais resultado), numa vida que parte da premissa da construção feita pelos pais para com os filhos.
O livro traz boas reflexões e nos leva a questionar, novamente, se podemos fazer realmente algo apenas porque podemos. Qual o limite?
Daniel Lins
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